Era o primeiro acampamento de patrulha do ano e, com grande vontade, o Peter, o Chiote, a Filipa Ripoll, a Sara, o Henrique e o Diogo Padeira partiram para a Biscaia, de mochila às costas, com os chefes Zé Ventura, Francisco Guerra Pinto e Paulo (?).
Chegámos ao fim da manhã e, depois de montarmos o campo, fizemos o reconhecimento do local, apanhámos sol, conversámos e aproveitámos para tirar provas. Como era o primeiro acampamento, foi também ocasião para uma grande sessão fotográfica; deixamo-vos aqui uma das que tirámos. Estava a ser um acampamento talvez calmo de mais e os chefes acharam que era importante testar a nossa independência em patrulha (e que teste!); ficámos, por isso, por nossa conta, a preparar o jantar.
Passado algum tempo, tivemos a companhia de um labrador e, principalmente o Padeira, entreteve-se a brincar com ele. Muito provavelmente pelo bom cheiro do nosso fantástico jantar, outro cão (um SENHOR GRANDE pastor alemão) também se aproximou e a brincadeira continuou. Mas este segundo cão não ficou satisfeito com o cheiro, quis jantar…exploradores.
Muito rapidamente, a brincadeira transformou-se numa fúria do pastor alemão: o Padeira foi brutalmente atacado e o resto da patrulha subiu a uma árvore numa questão de segundos (passado alguns meses voltámos ao local e, com toda a calma e tempo, não conseguimos repetir a proeza…) A Sara, entretida com outra coisa qualquer, não ligou ao que se passava e, por ter sido a última a subir à árvore, levou uma trinca… no rabo!
O Padeira, gravemente magoado, refugiou-se na tenda a qual felizmente pareceu inatacável pelo pastor alemão; este foi atraído, de seguida, pelo resto da patrulha, largando a sua primeira presa e saltando à volta da árvore, à caça de exploradores. Foi só nesta altura que percebemos a agressividade do cão e levámos a sério o pedido do Padeira para chamarmos o 112. E fizemo-lo mas sem grande sucesso: não acreditaram em nós! Para além disso, berros foram muitos e o número do telemóvel dos chefes… não tínhamos! Entretanto e porque a árvore não era nada grande, o Henrique acabou por ser puxado para o chão pelo pastor alemão e violentamente atacado. Em muito pouco tempo, passaram mil ideias (e mil gritos!) pela nossa cabeça mas não soubemos ajudar e o estado do Henrique era cada vez pior.
Sem o resto da patrulha ter reparado e com o cão distraído, o Padeira saiu da tenda e foi a correr avisar os chefes. Grande coragem, ainda melhor “timing”.
Apesar do seu estado, o Henrique, possivelmente pela adrenalina e uma parte por nós anda hoje inexplicável, conseguiu voltar à árvore. Tinha a roupa toda rasgada e feridas profundas, o que também pôs a patrulha em pânico. Quando continuámos a tentar não ser puxados pelo cão que saltava furiosamente contra a árvore, o labrador que tinha aparecido primeiro tentou ajudar-nos: ladrou e saltou contra o pastor alemão- de filme!
Tudo terminou com a chegada dos chefes que traziam o Padeira ao colo; sorte a nossa que tínhamos entre nós um chefe da Força Aérea, com uma arma, que imobilizou rapidamente o cão e um estudante de Medicina, que tratou do Henrique e do Padeira enquanto as ambulâncias não chegavam- esta, de filme de péssima qualidade, em que há um herói para cada tragédia que vai acontecendo. Lembramo-nos que demorámos tanto tempo para descer a árvore, com pânico que o pastor alemão pudesse voltar e que tudo a seguir foi um descarregar de emoções.
Foi assim o (quase) primeiro acampamento da Sara de sempre e do Henrique como explorador- sim, continuámos nos escuteiros! J Passado cinco anos, quando já todos tínhamos esquecido este episódio e já não mudávamos de lado de passeio se víssemos um pastor alemão, tivemos ainda a nossa primeira experiência em tribunal.
Esta foi a uma experiência que uniu e que nunca foi esquecida pela patrulha; achamos que nos resta desejar que a união de patrulhas futuras seja conseguida de maneiras menos radicais!
Sara Serradas Duarte e Peter Nunez
1 comentário:
O blog esta um MAXIMO.
Parabens :D
Floibella
Enviar um comentário